Tuesday, December 8, 2009

Etapa 10: Lugo - San Roman de Retorta 20 kms

01/06







Apesar de o albergue ser muito bom em Lugo, dormi mal por conta de provavelmente um dos maiores roncadores da terra.
Nem escutando o IPOD com fone de ouvido... Tive que mudar de cama.
De manhã acordo com a garganta ruim e sem voz. Espero não pegar uma gripe forte.
O dia amanhece com névoa e assim a cidade fica com um aspecto interessante e assim decido passear por Lugo para fotografar.




Ela me faz lembrar um pouco Santiago. Tomo o café da manhã em um bonito bar e depois vou em busca de uma farmácia para ver se resolvo a questão da garganta e da voz (acabo comprando um remédio para faringite). Aproveito para fazer uma parada num pequeno supermercado e preparar o almoço do dia.
Atravesso uma ponte romana, a temperatura está fresca e coloco o pile para proteger a garganta.
A paisagem está bonita, inicio uma subida em trilha. Ao final desta uma pequena estrada asfaltada.
O sol forte mais a monótona estrada dão o tom do dia. Decido fazer o caminho com calma fui sair realmente de Lugo lá pelas 9:15.
Encontro uma fonte com bancos de madeira, onde me sento e relaxo uns 10 minutos. Logo depois uma indicação de um bar em San Vicente Del Burgo (chamado Searas).
Tomo um café com orujo (aguardente) e começo a conversar com um senhor. Fico meia hora e vejo que ele fala com certa desilusão do caminho, pois este estava muito asfaltado. A senhora do bar me aconselha a tomar um orujo, que faria bem para a minha garganta...
Continuo e a um certo ponto encontro uma indicação de um lugar histórico chamado Santa Eulalia de Boveda.




O meu guia indicavam 3 kms fora da rota, e decido usar a tecnologia para verificar. Com o meu celular acesso a internet e vejo que são na verdade 2,3 kms e assim decido aumentar de quase 5 kms o meu itinerário.
A estrada não era ruim, asfaltada e chego a um pueblo pequenino, sem nada e sem ninguém, mas interessante. No final, vejo que o lugar histórico não é mais que um pequeno templo (ou casa) romano.
Não tem ninguém por lá, apenas um senhor que estava consertando o muro da entrada. Ele me dá alguns folhetos do lugar, dizendo que a construção é romana. Tem apenas uma sala, com uma piscina (ou fonte) na entrada e alguns afrescos. Tiro umas fotos e para variar começo a falar com o senhor, que se chama Casemiro e é casado com uma brasileira de Recife. Conversamos bastante sobre vários assuntos, muito gentil e simpático.
Peço para tirar uma foto dele, que ele aceita sem problemas e um pouco depois me oferece uma carona até o ponto de retomada do caminho. Como ‘bom peregrino’ não aceito muito gentilmente, pois estou bem e prefiro andar.
Fico contente com o ocorrido, pois é o conceito de caminho que tenho na minha cabeça e que gosto tanto. A caminhada segue monótona pelo asfalto. Paro e como algo.
Chego a um bar próximo do destino do dia e bebo um suco de ananás, que com o calor que fazia caiu fantasticamente.
Chegando em San Roman vejo a igreja românica com um cemitério ao lado. Pergunto no bar Jaime onde ficava o albergue, que na verdade é a uns 750 mts mais adiante.
O lugar é especial, a casa é de pedra e fica no meio de um bosque. Entro e encontro os dois primos espanhóis e o casal italiano. Além deles tem mais duas senhoras holandesas.
Nesse dia recebo a triste notícia da queda de um avião da AirFrance que tinha partido do Brasil, com 228 pessoas. Peço a Deus que os proteja.
Decidimos fazer a janta para todos e vamos comprar a comida no bar Jaime, que ficava no pueblo. Começo a tagarelar com o dono, que era galego. A tentativa de falar meio português é sempre complicada, pois o galego não é tão parecido assim. Compramos vinho feito por ele, sem química.
Preparamos a janta juntos e foi uma pequena festa, com os italianos preparando uma bela pasta.
Foi uma bela confraternização, afinal éramos poucos: eu, Tommaso, Fabiana, Marcos e as duas holandesas. O primo de Marcos não estava bem e acabou passando o jantar.



O vinho ajudou um pouco, afinal foram um litro e alguma coisa e ele somente parecia leve...
Ainda voltei ao bar com Tommaso e Fabiana, para selar a credencial e um café. Agora não estava o dono, mas sua esposa, que também era bastante gentil. Para dormir bem ainda tomo um orujo de yerbas, saindo um pouco da dieta, mas poço dizer que mereço.

Outras fotos Lugo San Roman de Retorta

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