Sunday, February 7, 2010

Etapa 14: Santiago de Compostela - Negreira 22 km

05/06








Perco a hora, acho que pela primeira vez consigo dormir bem, sem nenhum barulho.
Me levanto às 9:15. Tomo um café no mesmo bar da pensão. São 10 da manhã e chove.
Vou à praça do Obradoiro na esperança de encontrar algum peregrino conhecido. Mas não encontro ninguém.
Começo a caminhar, as indicações não são muito boas. Em certo ponto onde estava em dúvida encontro um simpático casal de espanhóis (Alberto e Ines). Falamos bastante e inicio a caminhar com eles.
Eles caminham devagar, mas não me importo. A etapa é somente de 22km. A trilha é agradável, no meio de eucaliptos e montes verdejantes ao longe. Por sorte a chuva havia parado.



Começa uma forte subida e Ines fica um pouco para trás. Finalmente chegamos ao topo, onde havia uma pequena fonte. Comemos um bocadillo (o meu estava muito bom, de tortilla espanhola) que havíamos comprado em um bar antes de iniciar a parte íngreme.
Almoçamos com calma e de repente vimos que a chuva se aproximava e iniciamos a descida.
Chegamos a uma vila chamada Ponte Maceira. Uma pequena ponte medieval sobre um rio fazia tornava a paisagem bem agradável, além do barulho de uma pequena queda d’água.
O lugar é muito bonito.



Continuamos até chegar a Negreira. O albergue fica fora da cidade e provável que esteja cheio, pois saíramos tarde e é pequeno, com apenas 20 leitos.
Vimos uns peregrinos que vinham da direção do albergue e perguntamos a eles como estava a situação. Nos disseram que estava cheio desde as 13:00... E nesse momento são 17:00.
Retornamos para o centro e paramos na primeira pensão que vimos. Só tinham dois quartos, um para três pessoas e outro para duas.
Já tinha um rapaz que estava decidindo se ficar com o quarto para dois, que custava 20 euros. Ele era bem jovem e percebi que achava caro. Falava inglês, mas certamente não o era.
O próximo albergue ficava a 12km e espartano. Vi que ele não iria aceitar o preço da pensão e então perguntei quanto custaria o quarto para duas pessoas, a senhora me diz que seriam 30 euros. Perguntei à ele se estava bem como preço, pois eu não me incomodaria em dividir o quarto com ele. Ele aceitou, não tinha muita alternativa, era tarde para caminhar mais 12km sem saber se encontraria lugar.





Ao alto, Pazo de Coton
Embaixo, monumento curioso em Negreira

O rapaz é tcheco e confirmei a minha sensação de que ele não tinha muita grana.
O quarto era bastante espaçoso, embora bem antigo e com banheiro fora. Tinha uma sacada com uma vista bonita.
Saímos para conhecer a cidade, uma parte que parecia um antigo armazém e chamado Pazo de Coton era bastante interessante.
Vamos em direção ao albergue, pois eu tinha que verificar como ficava a situação da credencial, pois teoricamente teria que ser outra, pois o caminho de Santiago havia terminado.
Chegando lá, vi que estava cheio realmente e tinha uns italianos que me disseram que não necessitaria de uma credencial diferente. O hospitaleiro não estava, mas um dos peregrinos me disse onde ele morava. É uma casa grande, mas não vejo nenhuma pessoa, tento chamar alguém, mas não respondem.
Seguimos adiante para visitar uma pequena igreja, com o cemitério ao lado (característica comum nessa região).
O rapaz tcheco começa a voltar para a cidade e eu passo de novo na casa do hospitaleiro. Um senhor muito simpático me arruma a credencial específica (de papel bem simples) para o caminho de Finisterre.



Retorno ao centro e compro frutas e coisas para comer no dia seguinte, inclusive cerejas. Volto à pensão. Perguntei ao rapaz se ele iria jantar, e ele me disse que comeria algo que havia comprado, no quarto mesmo.
Saio, pois queria jantar bem. Acho um pequeno restaurante e como um fantástico bacalhau na brasa. E tinha pelo menos umas 300 gramas, me custou a bagatela de 8,50 euros...
Penso se fiz mal em não ter insistido com o rapaz tcheco. Fiquei com receio dele se sentir mal se eu quisesse pagar a conta para ele. Afinal eu já tinha pagado um refresco para ele e vi que ele tinha ficado meio sem jeito.
Retorno, pois teria que me levantar cedo, visto que os peregrinos que estavam no albergue estavam fazendo uma ‘corrida’.
Não durmo bem, tenho a garganta seca, talvez pela pequena gripe.

Outras fotos Etapa Santiago - Negreira

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